Música para usar

Na próxima sexta-feira, 23 de novembro chega as lojas o Rock Band – o novo videogame na linha Guitar Hero, no qual você também pode participar cantando, tocando baixo ou bateria.

Tem um monte de gente falando que esses jogos estão revolucionando a indústria da música, o que deve ser verdade. E se isso acontece, em parte é por causa do joy of use que esses jogos trouxeram para a música.

Eu disse a alguns posts atrás que o Nintendo Wii é a maior expressão do joy of use, mas acho que o Guitar Hero e o Rock Band são ainda maiores. Vou explicar porque:

Joy of use precisa ter “joy”, prazer. E ouvir música já é algo altamente prazeroso. Fazer parte da música – usá-la, tocar junto – multiplica bastante essa sensação de prazer. É um “use” que não existia (para usuários não-profissionais) colocado ao lado de um “joy” que existe há séculos.

Joy of use precisa ter “use”. Se antes a sensação de tocar em uma banda era privilégio de músicos, agora qualquer um pode sair tocando. Qualquer um mesmo. Os jogos são muito fáceis de entender e sair tocando, sem que isso prejudique o desafio. É o chamado “user empowerment”. Mesmo não podendo tocar todas as músicas, o usuário se sente imediatamente especialista naquilo, porque entende intuitivamente o funcionamento da coisa.

A usabilidade que esses jogos trouxeram para música é tamanha, que até deficientes auditivos vão poder tocar, entender, sentir e apreciar o ritmo das músicas, através das luzes coloridas que guiam o jogador.

Joy of use também gera “user engagement”. E é isso que vai acontecer quando músicas forem lançadas direto dentro dos jogos (o que está nos planos da MTV, dona do Rock Band). O “usuário” não vai simplesmente ouvir uma música pela primeira vez. Vai tocar. Vai usar. Vai entender a estrutura da música e a forma como ela se desenrola, criando uma relação afetiva totalmente diferente com ela. Eu já vi pessoas começarem a curtir música instrumental só porque tocaram “Jessica", dos Allman Brothers, no Guitar Hero.

Então para resumir...

Joy of use porque:
- tem “joy” ao extremo.
- tem “use” ao extremo.
- dá poder ao usuário.
- transforma a relação da música com o usuário.
- é legal para c******!!!